Jorge Macchi (Buenos Aires, Argentina, 1963) evita interpretações fixas de sua obra e prefere manter abertas as possibilidades de sentido, apostando em uma ambiguidade que instiga o olhar e desafia quem se depara com ela. O humor é uma via essencial para lidar com temas como perda, nostalgia e falibilidade, conferindo leveza a questões existenciais profundas.
Seus desenhos, instalações, vídeos, pinturas e peças musicais têm como eixo recorrente o paradoxo, o acaso e a tensão entre o visível e o invisível. Macchi desenvolve suas obras a partir de imagens, e não de ideias, permitindo que os materiais, o espaço e as associações visuais ditem o curso do trabalho. Essas imagens são construídas a partir de elementos do cotidiano e, por meio de operações simples e carregadas de gesto poético, desestabilizam a percepção, abrindo espaço para o enigma.
O desenho é a linguagem que fundamenta sua prática, mesmo ao expandir suas investigações para outras mídias. O tempo — sua passagem, repetição, suspensão ou colapso — é uma preocupação constante em sua produção, assim como a noção de duplo e a presença de estruturas que parecem conter em si mesmas a matriz de sua instabilidade. Macchi reconhece na arte uma potência de provocar estados de dúvida e estranhamento, propondo uma experiência que não se reduz à informação ou à explicação. Suas obras operam em silêncio, por vezes com melancolia, mas sempre com precisão, convidando o público a fruir um tempo outro — um tempo de suspensão, incerteza e revelação.
Entre as mostras individuais do artista, destacam-se: Las fases lunáticas, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2025); False autumn, Galleria Continua, San Gimignano, Itália (2024), Las islas vírgenes, Galería Elvira González, Madrid, Espanha (2023), A Estatura da Liberdade, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2022), The sumerged cathedral, Cantonal Museum of Fine Arts, Lausanne, Suíça (2020), Der Zauberberg, Quartz Studio, Turim, Itália (2019), Suspension Points, Galleria Continua, San Gimignano, Itália (2019), Double click, com Irina Kirchuk, UNA, Hamburgo, Alemanha; Perspectiva, CA2M Centro Cultural de Arte Dos de Mayo, Madri (2017); MALBA Museo de Arte Latino-Americana, Buenos Aires (2016).
Exposições coletivas recentes incluem: Beaufort Triennnal, Beaufort, Belgica ( 2024), Mirror of the mind, Jorge M. Pérez Collection, Miami, EUA (2024); Un lento venir viniendo, Oxenford Collection, Fundação Iberê, Porto Alegre, Brasil (2024); Argentina. What the night tells the day, PAC Padiglione d´Arte Contemporanea, Milão, Itália (2023); The Double: Identity and Difference in Art, since 1900, curada por James Meyer, National Gallery of Art, Washington DC, EUA (2022); Seeing and perceiving, King Abdul Aziz Center for world culture (Ithra) Dhahran, Arabia Saudita (2021); 2ª Bienal Internacional de Arte Contemporáneo de América del Sur, Ushuaia e outras cidades, Argentina (2019).
Participou das bienais de Liverpool (2012); Sydney (2012); Lyon (2011); Istambul (2003 e 2011); Auckland (2010); Nova Orleans (2008); Yokohama (2008); Porto Alegre (2003 e 2007); São Paulo (2004 e 2006); Veneza (2005); Praga (2005); Fortaleza (2002) e Havana (2000). Representou a Argentina na Bienal de Veneza em 2005.
Coleções das quais seu trabalho faz parte incluem: Tate Collection, Inglaterra; MOMA - Museum of Modern Art, EUA; MUSAC - Museu de Arte Contemporáneo de Castilla y León, Espanha; CGAC - Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela, Espanha; MAMBA - Museo de Arte Moderna de Buenos Aires, Argentina; MUHKA - Museum of Modern Art Antwerp, Bélgica; Museo del Barrio, EUA; SMAK - Municipal Museum of Contemporary Art, Bélgica; MALI - Museo de Lima, Peru; MAMAC - Musée d’Art Moderne et d’Art Contemporain, Nice, França; Fundación Arco, Espanha.