A obra de Alexandre da Cunha (Rio de Janeiro, Brasil, 1969) é construída a partir de materiais comuns e objetos cotidianos, frequentemente retirados de contextos domésticos ou urbanos, resultante de gestos simples e precisos, não de transformações técnicas complexas. Por meio de uma abordagem experimental do mundano, sua prática valoriza a presença e a observação atenta do ambiente, buscando dissolver tanto hierarquias entre materiais quanto expectativas sobre a experiência estética.
O processo envolve a justaposição e a combinação de elementos com origens e finalidades distintas. Itens como escovas, rodos, cintos, garrafas e até mesmo tambores de concreto ou betoneiras são reorganizados em composições escultóricas—colagens espaciais—que extraem desses objetos novas relações formais e simbólicas. Desse modo, propõe diálogos entre diferentes escalas culturais: do cotidiano urbano às tradições populares, das artes decorativas ao modernismo, produzindo contrastes que revelam tensões de ordens social, econômica e material. Assim, sua prática estabelece um campo fértil de investigação entre arte e cultura, consolidando uma obra reconhecida pela potência crítica e a precisão formal.
Exposições individuais recentes incluem: Travessia, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2024); Thomas Dane Gallery, London, Inglaterra e Itália (2023); Duplex, Brighton CCA, Brighton, Inglaterra (2021); Alexandre da Cunha: Figurehead II, The Box Plymouth, Inglaterra (2022); Portal, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2020); Thomas Dane, Nápoles, Itália (2020); Duologue – com Phillip King, The Royal Society of Sculptors, Londres, Inglaterra (2018); Boom, Pivô, São Paulo, Brasil (2017); Mornings, Office Baroque, Bruxelas, Bélgica (2017); Free Fall, Thomas Dane Gallery, Londres, Inglaterra (2016); Amazons, CRG Gallery, Nova York (2015); Real, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2015).
Entre as obras de intervenção urbana, destacam-se aquelas comissionadas pelo Art on the Underground para a estação de metrô Battersea, Northern Line Extension, Londres, Inglaterra (2021); por Samuels & Associates, Pierce Boston Collection, Boston, EUA (2017); pelo MCA Chicago, EUA, parte do Plaza Project (2015), e pelo Rochaverá Corporate Towers, em São Paulo, Brasil (2015).
Exposições coletivas recentes incluem: Material Worlds: Contemporary Artists and Textiles, Warwick Arts Center, Coventry, Inglaterra (2024); Each now, is the time, the space; Lismore Castle Arts, Lismore, Irlanda (2023); Obscura luz, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2022); Summer Exhibition, Royal Academy of Arts, Londres, Inglaterra (2022); Bloomberg New Contemporaries 2020, South London Gallery, Londres, Inglaterra (2021); A máquina do mundo: Arte e indústria no Brasil 1901-2021, Pinacoteca de São Paulo, São Paulo, Brasil (2021), MECARÕ. Amazonia in the Petitgas Collection, Montpellier Contemporain, Montpellier, França (2020), Making It, The Box, Plymouth, Londres, Inglaterra (2020); Contemporary Sculpture Fulmer, Buckinghamshire village of Fulmer, Inglaterra (2019); Everyday Poetics, Seattle Art Museum, Seattle, EUA (2017); Histórias da Sexualidade, MASP, São Paulo, Brasil (2017); Soft Power, The Institute of Contemporary Art, Boston, EUA (2016); Brazil, Beleza?! Contemporary Brazilian Sculpture, Museum Beelden aan Zee, Haia, Países Baixos (2016); British Art Show 8, Leeds Art Gallery, Leeds, Inglaterra (2015).
Coleções das quais seu trabalho faz parte incluem: Tate Modern, Londres, Inglaterra; Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil; Instituto Inhotim, Brumadinho, Brasil; CIFO Coleção Cisneros, Miami, EUA; Coleção Zabludowicz, Londres, Inglaterra; Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil; FAMA, Itu, Brasil.