Magdalena Jitrik (Buenos Aires, Argentina, 1966) viveu no México entre 1974 e 1987, onde iniciou sua formação artística na Escola Nacional de Artes Plásticas. Desde 1990, quando realizou sua primeira exposição individual, vem construindo uma trajetória marcada por um questionamento profundo sobre as utopias revolucionárias, os legados da esquerda e as formas possíveis de articulação entre arte e política.

 

Jitrik ganhou notoriedade não apenas por suas pinturas — que dialogam com a abstração e o formalismo moderno —, mas sobretudo por sua capacidade de cruzar linguagens e tempos históricos. Intituladas com slogans, datas e nomes de levantes históricos, como Manifiesto, Revueltas e Desobediencia, suas obras são uma tentativa deliberada de conectar a pintura a um campo expandido de sentido político e social.

 

Entre 2002 e 2007, foi uma das fundadoras e integrantes do Taller Popular de Serigrafía (TPS), coletivo surgido no calor das mobilizações populares após a crise de 2001 na Argentina. Com o TPS, participou de ações gráficas e intervenções urbanas, como a histórica participação na 27ª Bienal de São Paulo (2006), além de festivais e ocupações ligados ao movimento piqueteiro e às fábricas recuperadas. Sua atuação esteve também ligada à Asamblea Popular de San Telmo, com a qual realizou intervenções públicas de caráter memorial, como um monólito construído com tijolos retirados de um antigo centro clandestino de detenção.

 

A relação entre arte e história, memória e ação coletiva é um eixo constante em sua produção. Jitrik mobiliza figuras revolucionárias e eventos traumáticos — a Comuna de Paris, os Panteras Negras, o Sonderkommando de Auschwitz — para pensar os limites da representação e a potência das imagens frente à barbárie. Além de sua participação em bienais internacionais — Porto Alegre (2009), Thessaloniki (2009), Istambul (2011), Manifesta 9 (2012) —, Magdalena Jitrik desenvolve projetos curatoriais, colaborações com movimentos sociais e pesquisas em torno do imaginário socialista e libertário.


Exposições individuais  incluem: Pueblo Fantasma, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2023); El Silencio, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2019); Venceremos // Black is Beautiful, Centro Cultural Universidad Nacional General Sarmiento e Casa Doblas, Buenos Aires, Argentina (2017); Vanguardia – America, MACBA, Buenos Aires, Argentina (2016).


Exposições coletivas incluem: Qué cosa, la poesía visual?, Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires, Argentina; Luchadoras: Mujeres en la colección, Fundación Casa de México en España, Madrid, Espanha (2023); Colección MACBA , Preludio: Intención Poética, Museo de Arte Contemporáneo de Barcelona, Barcelona, Espanha (2022); Culture and The People: El Museo del Barrio, 1969-2019, Museo del Barrio, Nova York, EUA (2019); Potência e Adversidade: Arte da América Latina nas coleções em Portugal, Museu de Lisboa e Pavilhão Branco e Pavilhão Preto, Lisboa, Portugal (2017); Verboamérica, Museo de Arte Contemporáneo de Buenos Aires (2016).


Coleções das quais seu trabalho faz parte incluem: MACBA, Barcelona; Reina Sofia, Madri; Museo de Arte Contemporáneo de Rosario (MACRo), Rosario, Argentina; Museo de Bellas Artes de Bahía Blanca, Argentina; FRAC - Provence-Alpes-Côte d’Azur, Marseille, França; Fundación ARTEBA, Buenos Aires; MALBA - Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires; Centro de Arte 2 de Mayo, Madri, Espanha; Museo Universitario de Arte Contemporáneo, UNAM, México.