'Em um momento de homogeneização cultural global suas obras carregam uma forma excepcional de autenticidade falando das particularidades culturais únicas do lugar que ele chama de lar-Bahia, propondo um argumento que é globalmente compreensível. A atração de suas obras está em sua natureza exótica que fala com a fusão de culturas da qual ele é testemunha.' (Excerto de 'Canibalização do dia-a-dia', por Jens Hoffman)

 

Marepe (Santo Antônio de Jesus, Brasil, 1970) é reconhecido pela pesquisa centrada na experiência pessoal e no afeto, que transmuta itens cotidianos em artefatos carregados de memória e comentário crítico sobre as dinâmicas sociais. Por meio de esculturas, fotografias, desenhos, instalações e readymades, ele explora a tensão entre o artesanal e o industrial, o local e o global, o subjetivo e o coletivo, criando situações que evocam, não sem um cândido senso de humor, tanto a especificidade das condições precárias da vida no interior da Bahia quanto uma poética de caráter universal com o poder de conectar públicos de diferentes origens.

 

Objetos como radiadores, filtros de barro ou guarda-chuvas aparecem reconfigurados através de gestos que revelam a beleza e a potência simbólica das coisas simples. Ao trazer esses elementos para o espaço expositivo, Marepe renova sua investigação sobre os limites entre arte e vida, criando um percurso que aponta para suas raízes em Santo Antônio de Jesus, ao mesmo tempo que convida o público a pensar sobre pertencimento, relações de trabalho, mudanças e a passagem do tempo.

 

Exposições individuais recentes incluem: Visão Periférica, Anton Kern Gallery, Nova York, EUA (2024); Mergulho em Grupo, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2022); Estranhamente Comum, Pinacoteca de São Paulo, São Paulo, Brasil (2019); Suave Na Nave, Galerie Max Hetzler, Paris, França (2017); Armazém de Mim, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2015); Notícias da Lagoa, Galerie Max Hetzler, Berlim, Alemanha (2014); Marepe, Anton Kern Gallery, Nova York, EUA (2013); Os Últimos Verdes, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2010); Discompleto, Anton Kern Gallery, Nova York, EUA (2009); Veja Meu Bem, Tate Modern, Londres, Reino Unido (2007); Espelho, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil (2007); Vermelho Amarelo Verde Azul, Centre Pompidou, Paris, França, e Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil (2005); Sinho, Anton Kern Gallery, Nova York, EUA (2004); Casco de Cavalo, Galeria ACBEU, Salvador (1995); A Um Palmo do Nariz, Universidade Federal da Bahia, Salvador (1990).

 

Entre suas exposições coletivas destacam-se: Amostra, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2024); Chão da Praça: Obras do Acervo da Pinacoteca, Pinacoteca de São Paulo, São Paulo, Brasil (2023); Zustandsbericht, Kunstraum Potsdam, Potsdam, Alemanha (2023); Obscura Luz, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2022); Máquina Lírica, Luisa Strina, São Paulo, Brasil (2022); Encruzilhada, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, Brasil (2022); O museu de Dona Lina, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, Brasil (2021); Contos de Manhattan, Anton Kern Gallery, Nova York, EUA (2021); Samba Na Escuridão, Anton Kern Gallery, Nova York, EUA (2020).  


O artista já teve exposições individuais no MAM-SP, Centre Georges Pompidou, Paris e na Tate Modern, Londres. Seu trabalho também foi apresentado na Bienal de São Paulo (2004), Bienal de Veneza (2003), Bienal do Mercosul (2023, 1999), 3ª Bienal da Bahia, Salvador (2015), assim como exposições coletivas em museus importantes como o Museo Reina Sofia, Madri, Espanha.


Coleções das quais seu trabalho faz parte incluem: Tate Collection, Inglaterra; Ellipse Foundation, Portugal; CACI Centro de Arte Contemporânea Inhotim, Brasil; MAM-SP Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; MoMA The Museum of Modern Art, EUA.