Na primeira sala da Galeria, o espectador que se depara com Texto pode circundá-lo numa zona radial a partir de movimentos sinuosos. Trata-se de um trabalho constituído por uma imagem de roca processional do século XVII, despida, na qual é possível ver suas articulações. Posicionada no centro da sala e instalada no baixo, no chão formado por uma trama de ramos de algodão natural, é como se, num cinetismo espiralado, a roca emergisse deles. A imaginária de roca é uma designação polissêmica e genérica, relativa a um tipo de imagem que pode ver travestida. Segundo a pesquisadora Selma Soares de Oliveira, “essa terminologia não é de todo clara. Parece uma referência às primeiras vestimentas feitas com tecidos fabricados com o uso da roca, ou uma comparação com um bastidor onde o tecido é esticado”1. 1 Selma Soares de Oliveira, Imagens de roca. Feira de Santana: UEFS Editora, 2014, p. 79. A imaginária de roca é um elemento recorrente na produção do artista mineiro desde Imagem (2008/2010); Roca (2010/2016); Solo (2010/2017), primeira exposição individual do artista na Galeria Luisa Strina, em março de 2017; Estudo para Leituras (2015/2018); e Corte (2021/2023). -- Texto, 2020/2023 Imagem de roca do séc. XVII, ramos de algodão colhidos no inverno de 2022 e aço inox 7 x 3 x 1,70 m [21 módulos de 1 m2 cada, 25,65 kg cada] [imagem de roca: 1,50 x 0,50 x 0,50 m, 30 kg] [base para a imagem de roca: 20 x 36 x 46 cm] Coordenador de produção – Mauro Amorim Assistente de produção – Patricia Almeida Serralheria – Maurício Zati Floristas – Julio Hissashi Mitsuiki e Maria Lucia Emi Kato Mitsuiki Montagem fina – Luis Silvestre Guerra e Ania Silvestre