Barulho de fundo (Background noise), 2005/2017. Colaboração: Daniel Steegmann, Dionís Escorsa e Silvia Hayashi. Vídeo-instalação com cinco monitores, câmeras de segurança e dvd players. Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil. Video still e fotos: Renata Lucas Embora o Instituto Tomie Ohtake seja um grande complexo arquitetônico que foi originalmente concebido para abrigar escritórios, um centro de convenções, teatro e o próprio Centro Cultural, sua construção nunca se completou. Em 2005, apenas dois de seus trinta andares estão efetivamente ocupados, apesar da inauguração ter se dado em 2001. No projeto, monitores de segurança mostram animais exóticos vagando as salas e escadas do edifício alto, mostrando os estranhos habitantes que parecem ter ocupado os diversos andares. Barulho de Fundo foi reeditado para a 27a Bienal de São Paulo, em 2006, tomando o edifício de Niemeyer como protagonista. ------ Barulho de Fundo [Background Noise], de Renata Lucas em colaboração com Dionís Escorsa e Daniel Steegmann Mangrané, é uma vídeo-instalação composta por cinco monitores, câmeras de segurança e reprodutores de DVD. A obra simula imagens captadas por câmeras de vigilância que mostram animais exóticos, como onças, antas e macacos, vagando pelas salas e escadas do Instituto Tomie Ohtake, como se tivessem tomado o prédio silenciosamente. Criada originalmente para o Instituto e reeditada para a 27ª Bienal de São Paulo, em 2006, a instalação foi adaptada para o icônico edifício projetado por Oscar Niemeyer, transformando a própria arquitetura modernista em palco de uma narrativa estranha e ambígua. Ao propor uma situação fictícia que se infiltra no cotidiano da vigilância urbana, o trabalho tensiona as fronteiras entre o real e o imaginado, entre o dentro e o fora, sugerindo um mundo selvagem que irrompe no espaço controlado da arte institucional. Lucas reafirma sua capacidade de criar fissuras no cotidiano, revelando o potencial poético e político dos deslocamentos invisíveis. Sua prática articula de forma sutil, mas incisiva, os temas do controle e percepção e como os espaços — públicos ou privados — moldam nossas ações e relações. [Barulho de Fundo [Background Noise], by Renata Lucas in collaboration with Dionís Escorsa and Daniel Steegmann Mangrané, is a video installation composed of five monitors, security cameras, and DVD players. The work simulates footage from surveillance cameras showing exotic animals—such as jaguars, tapirs, and monkeys—roaming the halls and stairways of the Tomie Ohtake Institute, as if they had silently taken over the building. Originally created for the Institute and later re-edited for the 27th São Paulo Biennial in 2006, the piece was adapted to the iconic modernist building designed by Oscar Niemeyer, turning its architecture into the stage for a strange and ambiguous narrative. By introducing a fictional scenario into the familiar context of urban surveillance, the work blurs the boundaries between the real and the imagined, the inside and the outside, suggesting a wild world breaking into the controlled space of institutional art. Lucas reaffirms her ability to create subtle disruptions in everyday life, revealing the poetic and political potential of invisible shifts. Her practice navigates themes of control and perception, investigating how public and private spaces shape our actions and relationships with one another]